quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

O tempo incerto.

Quanto tempo tenho ainda que esperar?
Quanto tempo mais, até que a justiça seja realmente respeitada, tanto quanto eu?

Não basta ao meu algoz me sugar a vida, aspirar de minhas narinas o pouco ar que me restou.
Vampiro! Ele quer meu sangue! Ele quer minha alma e também minha consciência.

Eu sempre fui classificada como a insignificante, a idiota que não tinha onde cair morta. E me calava. E me ressentia. E me contorcia. E pensava.
E calculava os prejuízos. E contava os anos perdidos. E vislumbrava um futuro.
E sonhava. E idealizava. E planejava. E os estratagemas iam e viam.
E os mapas eram desenhados e apagados. Consertados e refeitos.
Sou morosa, bem sei. Mas sou decidida, isso todos sabem.
E o dia chegou em que a força necessária, surgiu da maior fraqueza.
A tarde trouxe consigo a proposta e a libertação.
As luzes acenderam na noite mais tranquila de todas.
Quando veio a madrugada, ainda acordada, sorria triunfante e chorava temerosa.
E lá se foram vinte anos.
E que venham mais vinte ou trinta e cinco.
Sou como um bandido que já matou. Nada tenho a perder.
Já arquei com todos os ônus, quero os bônus.
E que venham de agora e para sempre. Mas... cadê a justiça?
Por onde anda o direito, já que tudo é tão torto?
O que é certo e errado afinal?
Quanto tempo ainda tenho que esperar?