domingo, 24 de maio de 2009

As quatro estações da vida.





Quero sentir o vento do outono em meu rosto,
como sinto em meu rosto o outono de minha vida.
Quero saborear a doçura amena da serena estação,
assim como saboreio a amargura agridoce da solidão.

O verão passou rápido, rebelde, agitado, sonhador, ilusório.
Calor intenso, intensas paixões, sonhos intensos. Intenso e efêmero.
Apesar de tudo, o verão passou . Não o vi. Não o senti.
As tardes tempestuosas me avisaram que ele se esvaía.

Daqui a pouco, chega o inverno e a serenidade da terceira estação.
Impassível, implacável, auto-indulgente, o inverno vem e se instala.
Soberano e cheio de si vem avisar que os atrevimentos não serão tolerados.
Congelando lembranças das paixões seladas no coração.

Quem dera pudesse ver uma vez a primavera, que foi tão sutil .
Mal senti seu odor, seu frescor, sua beleza.
Encantadora de serpentes a primavera! Meiga e suave, em sorrisos se distrai.
Faz promessas que não cumpre, nem se lamenta por meus ais.




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